sexta-feira, 17 de junho de 2011

Governo Dilma admite retaliar Espanha por barrar brasileiros

O chanceler Antônio Patriota expressou ontem o descontentamento do governo para com o tratamento que o governo espanhol tem dado a brasileiros que viajam àquele país. Em razão da deportação arbitrária de brasileiros, o governo Dilma está cogitando a possibilidade de adotar o princípio da reciprocidade a espanhóis que viajem para o Brasil. A afirmação do chanceler foi feita durante audiência pública da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, para tratar de vários temas da política externa brasileira.

Em janeiro e fevereiro deste ano, 323 brasileiros foram deportados da Espanha. Em muitos casos, a deportação é feita de maneira ilegal e humilhante, relatou o ministro. “Compartilho inteiramente esse sentimento de indignação”, disse o chanceler. Segundo ele, o descontentamento do Brasil foi transmitido recentemente ao governo espanhol. Embora esteja em estudo a adoção da reciprocidade, o chanceler admitiu a possibilidade de um esforço adicional de monitoramento para resolver o problema.

Direitos Humanos - No tocante aos direitos humanos, a situação dos países do norte da África e do Irã foram os assuntos mais debatidos na audiência. Patriota enfatizou que o Brasil é inequívoco quanto à defesa e à promoção dos direitos humanos, mas lembrou que nenhuma nação está a salvo de graves violações de direitos e que isso não pode impedir o estabelecimento de relações comerciais. O deputado Doutor Rosinha (PT-PR) endossou a opinião do ministro. “Os direitos humanos são fundamentais, mas se formos levar isso na ponta do lápis para fazermos qualquer acordo ou qualquer tratado internacional, não faremos com ninguém.

Irã – O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) rebateu críticas da oposição à presidenta Dilma pelo fato de ela não ter recebido a advogada iraniana Shirin Ebadi, prêmio Nobel da Paz. “Independentemente do valor do militante, ninguém pode chegar a um país e impor uma agenda ao chefe de Estado desse país”, pontuou Chinaglia.
Os deputados Décio Lima (PT-SC), Benedita da Silva (PT-RJ) e Jilmar Tatto (PT-SP) também participaram da audiência.

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