Pouco depois de se tornar economista sênior do Fundo Monetário Internacional, Maurice Obstfeld, divulgou um aviso sinistro sobre o potencial “roteiro de pesadelo” na Europa, destacando que a crise dos refugiados, o Brexit, o euroceticismo podem levar a que muitos países resistam a mais integração.
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Segundo Obstfeld, em condições de crescimento lento, os países-membros da UE podem estar contra laços econômicos mais estreitos, o que pode levar ao enfraquecimento das ligações econômicas na Europa.
“Estou muito preocupado com a acentuada tendência na Europa de retroceder na integração dos mercados”, disse Obstfeld à AFP, acrescentando que a recente migração em massa para a Europa levou a que muitos países apelassem a introduzir mais medidas restritivas. Na sua opinião, a pressão política exercida pelos extremos da Europa pode reverter todo o progresso da integração que já ocorreu.
Obstfeld disse que, além da crise migratória, há outros fatores que exercem pressão sobre a união. Um deles é a hipótese de o Reino Unido sair da UE, uma ameaça evidente para o que ele acredita ser a forma mais eficaz de impulsionar a recuperação económica da UE.
Enquanto tais países da eurozona como a França ou a Alemanha promovem a integração europeia, o Reino Unido desistiu de tais passos. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, apelou a reconhecer a UE como uma zona de várias moedas, na tentativa de proteger o estatuto de Londres como centro financeiro da Europa.
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Há preocupações de que isso possa estabelecer um precedente e levar a que mais movimentos eurocéticos cortem os laços com Bruxelas.
Um outro fator neste processo são as ações recentes das autoridades da UE para resolver os problemas financeiros nos países-membros. Por exemplo, o modo de tratamento da crise grega ou a atual crise dos refugiados. Enquanto a Alemanha e a Suécia apelam a introduzir quotas para acolher refugiados, tais países como a Dinamarca ou a Hungria se recusaram a aceitar isso, criticando a atitude alemã. Isso cria uma situação favorável ao desenvolvimento do euroceticismo. Por exemplo, recentemente a coalizão de esquerda em Portugal tomou o controle do país.
A variedade de opiniões dentro da UE e a ineficácia das medidas tomadas para resolver os problemas atuais do bloco explicam por que razão muitos duvidam da legitimidade das instituições da UE e estão contra mais integração em geral.
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