© AP Photo/ Kin Cheung
05:18 03.07.2017(atualizado 05:36 03.07.2017) URL curta
183546351
Muitos norte-americanos têm sido incapazes de lidar com a magnitude do crescimento da China, estando convencidos de que o gigante asiático seguirá o caminho da União Europeia nos anos 1980, escreve o colunista Zachary Keck.
© AP Photo/ Wu Dengfeng
Que chances têm mísseis hipersônicos chineses contra porta-aviões norte-americanos?
Em seu artigo para o jornal National Interest, o autor afirma que os EUA se consideram como o país mais poderoso do mundo, cujos gastos de defesa são quatro vezes superiores aos da China.
No entanto, a comparação de números brutos revela-se enganosa. Assim, é reconhecido geralmente que os EUA são uma potência global com "ativos militares espalhados por todo o mundo'. A China, por sua vez, concentra suas forças armadas na Ásia, destaca o autor.
De mesma maneira, os gastos militares não explicam tal aspecto como a chamada "tirania da distância": para estabelecer sua influência na Ásia, Washington tem que cruzar o maior oceano do mundo, indica Zachary Keck. Pequim, pelo contrário, encontra-se no centro da ação.
"E, como entendem todos os que trabalham em Washington, a proximidade ao poder é um poder em si mesmo", explica.
Esta proximidade permite à China implementar uma estratégia de antiacesso e de negação de área, A2/AD (anti-access and area denial, em inglês), utilizando seu território para instalar grandes quantidades de mísseis, aviões, sistemas de vigilância e de radar, sublinha o autor. "De fato, trata-se de porta-aviões insubmergíveis".
© Sputnik/ Yuri Streletc
Combate a voos ilegais: China aperfeiçoa arma a laser contra drones
Além disso, é importante tomar em conta os custos. Apesar de ter um dos maiores exércitos, a China gasta muito menos do que os EUA em pessoal. O autor também acrescenta que, para ao EUA, a manutenção de seu pessoal militar resulta em valores astronómicas. Segundo os dados do Pentágono, quase "metade de todo o financiamento de defesa é destinado ao pagamento de pessoal militar e civil".
Assim, 50% do financiamento para o ano fiscal de 2015 equivalem a 298,5 bilhões de dólares (R$ 988,4 bilhões).
"Em outras palavras, o Pentágono gasta em pessoal mais do que qualquer outro país, inclusive a China, gasta em todo o seu exército", frisa o autor.
Ainda por cima, os gastos com o pessoal militar dos EUA excedem os custos de defesa combinados de todos os membros da OTAN.
© flickr.com/ Official U.S. Navy Page
China envia caças e navios militares para alertar embarcação dos EUA
Por sua parte, os gastos de pessoal militar da China alcançaram em 2015 uns 48,6 bilhões de dólares (R$ 160, 9 bilhões).
A diferença de custos de pessoal entre a China e os EUA é ainda maior se os considerarmos por soldado. Segundo os cálculos, o exército da China tem no total 2,3 milhões de militares em serviço ativo, enquanto os EUA dispõem de 1,4 milhões. Porém, Pequim gasta uns 21 mil dólares (R$ 69.537) por militar e Washington — mais de 214 mil dólares (R$ 707.655).
O autor do artigo afirma que o impacto deste indicador no financiamento militar de cada país é surpreendente. "Quando os custos de pessoal são retirados da equação, os gastos militares da China passam de aproximadamente um quarto dos gastos dos EUA para quase um terço", concluiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário