sexta-feira, 27 de março de 2015

Operação Zelotes: PF fez batida no Banco Safra

 

:

Homens de preto visitaram, nesta quinta-feira, a sede do Banco Safra, na Avenida Paulista, em São Paulo; lá, no banco de Joseph Safra, um dos bilionários mais ricos do País, foram cumpridos mandados de busca e apreensão; batida foi parte da Operação Zelotes, da Polícia Federal, que apura fraudes contra a Receita Federal; desvios, estimados em R$ 19 bilhões, podem superar os valores da Lava Jato; nesta primeira fase da operação, já foram apreendidos R$ 1,3 milhão em espécie; estão sendo investigadas instituições financeiras, como grandes bancos, empresas do ramo automobilístico, da indústria, da siderurgia e da agricultura, além de dez integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e escritórios de advocacia e de contabilidade; ao 247, Safra afirmou que não irá se pronunciar sobre o caso

26 de Março de 2015 às 16:51

247 - Agentes da Polícia Federal visitaram, nesta quinta-feira, a sede do Banco Safra, na Avenida Paulista, em São Paulo. No banco de Joseph Safra, um dos bilionários mais ricos do País, foram cumpridos mandados de busca e apreensão.

A batida foi parte da Operação Zelotes, da Polícia Federal, que apura fraudes contra a Receita Federal. Os desvios, estimados em R$ 19 bilhões, podem superar os valores da Lava Jato.

Nesta primeira fase da operação, já foram apreendidos R$ 1,3 milhão em espécie.

Estão sendo investigadas instituições financeiras, como grandes bancos, empresas do ramo automobilístico, da indústria, da siderurgia e da agricultura, além de dez integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e escritórios de advocacia e de contabilidade.

Ao 247, a assessoria de imprensa do Safra afirmou que não irá se pronunciar sobre o caso.

Leia, abaixo, reportagem da Agência Brasil:


Ivan Richard – Repórter da Agência Brasil

A Polícia Federal já apreendeu mais de R$ 1,3 milhão, em espécie, como parte da Operação Zelotes, deflagrada na manhã de hoje (26) no Distrito Federal, em São Paulo e no Ceará, em parceria com a Receita Federal, o Ministério Público Federal e a Corregedoria do Ministério da Fazenda. Em apenas um dos 41 locais onde foram cumpridos os mandados de busca e apreensão, foram encontrados R$ 800 mil em espécie.

Como o inquérito está sob segredo de Justiça, a Polícia Federal e a Receita Federal não revelaram os nomes das empresas nem das pessoas envolvidas na fraude. Informou-se apenas que estão sendo investigadas instituições financeiras, como grandes bancos, empresas do ramo automobilístico, da indústria, da siderurgia e da agricultura, além de dez integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) – o antigo Conselho de Contribuintes da Receita, vinculado ao Ministério da Fazenda – e escritórios de advocacia e de contabilidade.

A quadrilha, segundo a PF, fazia um “levantamento” dos grandes processos no Carf, procurava empresas com altos débitos junto ao Fisco e oferecia "facilidades", como anulação de multas. “[A organização criminosa] valendo-se da proximidade com alguns conselheiros nessa defesa de interesse privado, algumas vezes, precisava de algum [pedido de] vista para trancar a pauta, segurar um tempo para conseguir alguma outra medida judicial, e eles vendiam esse pedido de vista”, explicou o delegado da Polícia Federal Marlon Cajado, responsável pelo caso.

Segundo ele, os valores cobrados pela quadrilha variavam de acordo com a ação em questão. “Em um caso específico que identificamos, estava em torno de R$ 300 mil para fazer o exame de admissibilidade. Também observamos o pagamento de R$ 30 mil, R$ 50 mil para um pedido de vista”, exemplificou.

De acordo com as investigações, iniciadas em 2013, estima-se que o esquema criminoso que atuava no Carf tenha tentado fraudar, desde 2005, mais de 70 processos tributários, que podem acarretar prejuízo superior a R$ 19 bilhões aos cofres públicos.

O delegado afirmou que, até o momento, foram identificados “indícios veementes” da manipulação de cinco julgamentos já finalizados em que o Estado foi lesado em quase R$ 6 bilhões. “Esta é uma das maiores, se não a maior, organização especializada em crimes de sonegação do país”, ressaltou o diretor de Combate ao Crime Organizado da PF, Oslain Santana.

A corregedora-geral do Ministério da Fazenda, Fabiana Lima, disse que, se comprovada a existência de fraude nos processos já julgados, mesmo que eles tenham caráter definitivo por se tratar da última instância recursal da esfera tributária, eles poderão ser anulados. “Constatado o vício de legalidade, será solicitada a revisão dos processos e serão submetidos a novo julgamento”, disse.

Os envolvidos responderão pelos crimes de advocacia administrativa fazendária, tráfico de influência, corrupção passiva, corrupção ativa, associação criminosa, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O termo Zelotes, que dá nome à Operação, tem como significado o falso zelo ou cuidado fingido. Refere-se a alguns conselheiros julgadores do Carf que não estariam atuando com o zelo e a imparcialidades necessários.

http://www.brasil247.com/pt/247/economia/174762/Operação-Zelotes-PF-fez-batida-no-Banco-Safra.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário