domingo, 29 de março de 2015

Eduardo Cunha: 'a gente finge que é governo'

 

Fabio Rodrigues Pozzebom/Agênci: Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, durante sessão para votação dos destaques do Projeto de Lei da Biodiversidade, PL7735/14, do Executivo (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Num ataque de sincericídio, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) revelou a essência atual da relação entre PT e PMDB; na prática, o PMDB finge que é governo e o PT finge que acredita; Cunha também negou que ele e seu colega Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, tenham tomado o comando do País; "Quem tem a caneta? É ela. Quem edita medidas provisórias? É ela. Quem libera o orçamento? É ela. Quem nomeia e indica a cargo? É ela. Então é ela quem governa", afirma; se a presidente Dilma Rousseff tinha a esperança de apaziguar Cunha o PMDB com a indicação de Henrique Alves para o Turismo, talvez seja o caso de reavaliar o quadro

29 de Março de 2015 às 06:46

247 - A julgar pelo tom da entrevista do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), às jornalistas Maria Lima, Isabel Braga, Joana Gama e Sergio Fadul, publicada neste domingo no jornal O Globo, a aliança PT-PMDB chegou ao fim.

Na essência, Cunha afirmou que o PMDB finge que é governo e o PT finge que acredita. "Os ministros do PMDB não têm ministério relevante. Sempre foi assim. Na prática, a gente finge que está lá. E eles fingem também."

Cunha também negou que ele e seu colega Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, tenham tomado o comando do País. "Quem tem a caneta? É ela. Quem edita medidas provisórias? É ela. Quem libera o orçamento? É ela. Quem nomeia e indica a cargo? É ela. Então é ela quem governa".

O presidente da Câmara também voltou a acusar o Palácio do Planalto de tentar enfraquecer o Congresso, com a Operação Lava Jato. "Ficou claro e nítido que eles estavam fazendo uma opção de enfraquecer a todos nós".

Outro alvo do parlamentar é o ministro Gilberto Kassab, das Cidades, que tenta recriar o PL, para atrair parlamentares insatisfeitos com suas legendas. "Operação Tabajara", disse ele. "Se deram corda para o Kassab, quem deu a corda é que está errado", disse Cunha. Ele afirma que foi uma tentativa clara de atingir o PMDB.

Indagado se pensa em assumir a presidência da República, quando Dilma e o vice Michel Temer se ausentarem do País, Cunha foi irônico. "Se o Cid Gomes ainda fosse ministro, eu podia demitir o Cid. Mas não vou poder nem demitir o Cid".

Sobre a Lava Jato, em que é um dos alvos da investigação, Cunha mandou um recado ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. "Estou em guerra aberta com o Janot. Vamos ver até que nível ele vai". Cunha, no entanto, admitiu se tratar do maior escândalo do mundo.

Pela entrevista deste domingo, Cunha sinaliza que nem a indicação do aliado Henrique Alves para o Turismo será capaz de apaziguá-lo.

Brasil 247

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