Por Bruno Peres | Valor
BRASÍLIA - O recém-eleito presidente de Israel, Reuven Rivlin, apresentou desculpas à presidente Dilma Rousseff durante telefonema nesta segunda-feira sobre as recentes declarações do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yagal Palmor, que geraram um mal-estar na relação diplomática entre os dois países. A informação é da assessoria da Presidência.
“O chefe de Estado israelense apresentou desculpas pelas recentes declarações do porta-voz de sua Chancelaria em relação ao Brasil”, informou a assessoria da Presidência. “Esclareceu que as expressões usadas por esse funcionário não correspondem aos sentimentos da população de seu país em relação ao Brasil”, acrescentou a nota à imprensa divulgada pelo Palácio do Planalto.
Após o governo brasileiro ter condenado o que chamou de “uso desproporcional da força” por Israel e convocado o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Henrique da Silveira Pinto, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yagal Palmor, afirmou, em Jerusalém, que o Brasil "é um anão diplomático", e "cria problemas" ao invés de contribuir para solucionar a questão.
Durante o telefonema desta segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff fez referência “aos laços históricos que unem os dois países há várias décadas”, de acordo com a assessoria da Presidência, que informou ainda ter sido evocada na conversa telefônica “a grave situação atual da Faixa de Gaza”.
“O mandatário israelense afirmou que o país estava defendendo-se dos ataques com mísseis que seu território vinha sofrendo”, diz a nota. “A presidenta Dilma afirmou que o governo brasileiro condenara e condena ataques a Israel, mas que condena, igualmente, o uso desproporcional da força em Gaza, que levou à morte centenas de civis, especialmente mulheres e crianças”, segue o texto, destacando ainda “a posição histórica do Brasil em todos os foros internacionais de defesa da coexistência entre Israel e Palestina, como dois Estados soberanos, viáveis economicamente e, sobretudo, seguros”.
Dilma enfatizou que a crise atual não poderá servir de pretexto para qualquer manifestação de caráter racista, seja em relação a israelenses ou palestinos, informou a assessoria da Presidência, destacando também a manifestação da esperança de que a continuidade do cessar-fogo e as negociações atuais entre as partes possam contribuir para uma solução definitiva de paz na região.
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