quarta-feira, 13 de agosto de 2014

CSP representa incremento de 48% no PIB do Ceará

 

A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) – uma joint venture entre a brasileira Vale e as sul-coreanas Dongkuk Steel e Posco –, é um dos maiores empreendimentos privados em construção, atualmente, no Brasil e a única do gênero sendo implantada no mundo ocidental. Situada numa área de 980 hectares (ou quase mil quarteirões), terá 571 hectares de área construída, sendo a primeira usina siderúrgica integrada do Nordeste. O investimento total para implantação da CSP é da ordem de US$ 4,86 bilhões (mais de R$ 11 bi), gerando 3,2 mil empregos diretos e cerca de 10 mil a 12 mil indiretos, quando estiver em operação, representando um incremento de 48% no Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará, quando suas duas fases estiverem concluídas.
Hoje, no canteiro de obras, trabalham cerca de 7.800 operários, técnicos, engenheiros e outros profissionais, na implantação das estruturas de concreto (que estão com 54,6% concluídos) e de aço (50,4%), sendo que 88,2% são cearenses e os 11,8% são oriundos de outros estados brasileiros e até países (como Coreia do Sul e China, por exemplo). De acordo com o diretor de projeto da CSP, Dong Ho Kim, o layout da companhia é o mais avançado da indústria do aço, com uma linha reta de produção, a fim de reduzir os custos. “Foi feito todo um arranjo para minimizar a logística e proporcionar alta eficiência energética”, destacou. Será implantada uma termelétrica para suprir a demanda de energia elétrica, usando principalmente os gases do processo como combustível, que deve estar pronta no primeiro semestre de 2015.
Outro ponto importante para o funcionamento da CSP é o fornecimento de água, pois ela deve consumir entre 24 mil e 28 mil metros cúbicos (m³) por dia. Para tanto, haverá uma estação de tratamento que deve proporcionar 98% de reúso e o Governo do Estado garantiu o fornecimento por três anos. Depois desse período poderá haver a utilização de água do mar dessalinizada, extraída do subsolo ou coletada na rede de efluentes de Fortaleza, tratada e levada para a siderúrgica, através de uma operação em conjunto desenvolvida com a Cagece. “Todas as siderúrgicas do Oriente Médio e algumas da África usam água do mar, mas estamos estudando as opções”, disse Kim.
INFRAESTRUTURA
Segundo o presidente da CSP, Sérgio Leite, na época do Estado investidor, houve a instalação de várias siderúrgicas no Brasil, como a Companhia Siderúrgica Nacional, a Usiminas, dentre outras. E, com as privatizações, ocorreu um boom no setor, que esbarrou na falta de infraestrutura no País. “É preciso que todos tenham consciência do que um empreendimento como a CSP representa para a região, para o Ceará e o Brasil. Não tem sentido um morador, uma comunidade, uma população, não querer fazer parte de um empreendimento dessa magnitude. Nosso maior desafio é a interação entre o projeto, a comunidade, os governos, os fornecedores, as universidades”, afirmou.
Ele advertiu que o consumo de aço no Brasil, atualmente, é de 132 quilos per capita por ano (pcpa), que é o da China, há cerca de 20 anos. Hoje, na Coreia do Sul, este consumo é de 1.100 quilos pcpa, na China são 700 quilos e na Indonésia 300 quilos. “Ou seja, há muita possibilidade de expansão, pois o Brasil produz cerca de 35 milhões de toneladas de aço por ano, o que é ínfimo. Aqui, temos um modelo arcaico, pois não se pode basear o consumo de aço em fábricas de carros e eletrodomésticos. Não há tradição de usá-lo na construção civil, pontes, casas. A CSP é uma indutora de muitas oportunidades. Mas é preciso investir na indústria naval, no segmento de petróleo, melhorar a estrutura de cabotagem e transporte por rios”, alertou Sérgio Leite.
Na primeira fase do projeto, que deve ser concluída no fim de 2015, a siderúrgica será capaz de produzir 3 milhões de toneladas de placas de aço por ano, um produto semiacabado que deverá ser exportado. Isso porque toda a sua produção tem garantia de compra por parte dos próprios investidores, por um período de 15 anos, sendo a Dongkuk Steel: 1 milhão e 600 mil toneladas anuais, Posco: 800 mil e Vale: 600 mil. Mas a planta da CSP já está sendo construída com a possibilidade de haver uma expansão, sendo que a sua capacidade produtiva poderá ser dobrada, chegando a 6 milhões de toneladas de placas de aço por ano.

Fonte: http://macariobatista.blogspot.com.br/

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