Por O Globo | Agência O Globo
A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, anunciou nesta segunda-feira que vai dissolver o Parlamento e realizará uma eleição o mais breve possível depois da onda de protestos contra o governo em Bangcoc.
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"Neste estágio, quando muitas pessoas se opõem ao governo de muitos grupos, o melhor caminho é devolver o poder para o povo tailandês e realizar uma eleição. Então o povo tailandês decidirá", disse Shinawatra em um discurso transmitido pela televisão, enquanto milhares de manifestantes retomaram os protestos em Bangcoc.
O partido do governo da Tailândia disse que Shinawatra irá concorrer na próxima eleição geral.
"Ela será candidata. Dissolvemos o Parlamento porque estamos confiantes. Queremos que o Partido Democrata participe das eleições", disse Jarupong Ruangsuwan, chefe do partido Puea Thai de Shinawatra.
A data provável da eleição geral será 2 de fevereiro de 2014, informou um funcionário da Comissão Eleitoral.
"É bem provável que a eleição aconteça em 2 de fevereiro, dentro do limie de 60 dias", afirmou Sodri Sattayatham.
Mais de 150 mil manifestantes, inclusive ex-parlamentares do Partido Democrata, realizam um protesto em Bangcoc nesta segunda-feira. Eles querem instalar um órgão não eleito para governar a Tailândia. O líder dos manifestantes, Suthep Thaugsuban, um ex-vice-primeiro-ministro, convocou a manifestação para forçar a renúncia de Yingluck.
No domingo, o principal partido de oposição da Tailândia pediu a renúncia de suas cadeiras do Parlamento em protesto contra o que ele chamou de "ilegitimidade" de um governo com o qual ele não pode mais trabalhar. Ressaltando a divisão, o Partido Democrata disse que todos os seus membros da Câmara dos Deputados desistiriam de seus assentos porque eram incapazes de trabalhar com o partido de Yingluck.
Manifestantes mantiveram-se na ruas da capital durante semanas, entrando em confronto com a polícia e prometendo expulsar Yingluck e erradicar a influência de seu irmão auto-exilado, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra. Os protestos são a mais recente erupção em quase uma década de rivalidade entre as forças alinhadas aos empresários em Bangcoc e os que apoiam Thaksin, um ex-magnata das telecomunicações que ganhou grande apoio no campo, com políticas voltadas aos mais pobres.
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