terça-feira, 8 de outubro de 2013

Renda do trabalho cresce e aumento se deve à escolaridade, afirma Ipea

 
“O aumento da escolaridade foi o principal fator de expansão da renda do trabalho”, afirmou o presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) e ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência (SAE), Marcelo Neri. A declaração ocorreu nesta segunda-feira (7), no Rio de Janeiro, durante a divulgação do Comunicado do Ipea 160 – “Um retrato de duas décadas do mercado de trabalho brasileiro utilizando a PNAD”.
“A PNAD 2012 mostrou que o rendimento médio real, nas últimas duas décadas, cresceu 6,3%, sendo que o Nordeste apresentou o maior aumento, de 8,7%”, informou o coordenador da área de trabalho e renda do Ipea, Gabriel Ulyssea, que também apresentou dados da pesquisa. A taxa de desemprego voltou a cair e atingiu seu menor nível nos últimos 17 anos.
Para o deputado Newton Lima (PT-SP), ex-presidente da Comissão de Educação da Câmara, o aumento da escolaridade se deveu, sobretudo, aos investimentos em educação promovidos pelos governos Lula e Dilma nos últimos dez anos – um patamar que saltou de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 5,1%. O parlamentar destacou os esforços dos governos petistas para desenvolver a educação no País, com investimentos na educação infantil, fundamental e média; programas de educação profissional; aumento das vagas nas universidades federais; e criação de novos institutos federais, que saltaram de 140 unidades para 314 no governo Lula, com a previsão de mais 200 no governo Dilma.
“Isso tudo mostra uma revolução, evidenciada pelos resultados concretos que estamos colhendo agora. Há muito mais o que fazer ainda. O PNE [Plano Nacional de Educação] e os royalties do petróleo são certamente os horizontes que o nosso governo construiu e que estarão pavimentando a melhoria ainda maior da renda do trabalhador a partir de uma maior escolaridade”, avaliou Newton Lima.
Dados gerais – No que diz respeito à análise da evolução do mercado de trabalho, os resultados revelam que todos os indicadores mostraram uma melhora significativa ao longo das últimas duas décadas. A renda do trabalho cresceu substancialmente em termos reais e a taxa de desemprego caiu de forma expressiva. Por outro lado, o ritmo de redução da desigualdade de rendimentos e, em menor medida, da informalidade mostraram um arrefecimento.
O deputado Vicentinho (PT-SP), ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e membro da Comissão de Trabalho da Câmara, apontou que esse resultado é a consolidação de uma política correta, estrategicamente planejada. “Apesar do cenário mundial de crise, o Brasil se manteve firme, gerando emprego, distribuindo renda e aumentando o poder aquisitivo das famílias, o que transformou os próprios brasileiros em consumidores, verdadeiros sustentáculos da economia”, afirmou Vicentinho.
A partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2012 (PNAD), o Ipea constatou ainda que a oferta de mão de obra qualificada vem aumentando continuamente, especialmente na última década, e o custo relativo dessa mão de obra vem caindo, o que contraria a tese da escassez de trabalhadores com qualificação no Brasil. Em contraponto, há grande procura por trabalhadores com menos anos de estudo, como empregadas domésticas e trabalhadores da construção civil.

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