quinta-feira, 4 de abril de 2013

SUS: ministro indica avanços e nega privatização

 

O Brasil é o único país do mundo que assumiu o desafio de oferecer à população um sistema de saúde público, gratuito e universal. A peculiaridade e o pioneirismo do Sistema Único de Saúde (SUS) foram destacados ontem na Câmara pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que participou de audiência pública promovida por três comissões – Seguridade Social e Família; Defesa do Consumidor e Fiscalização Financeira.
Ao mesmo tempo em que falou de avanços, apontou a falta de médicos como um dos grandes gargalos para a consolidação do SUS. “Temos um desafio crítico, que todos os sistemas públicos que foram se consolidando ao longo dos anos tiveram. Não se faz saúde sem médico perto da população, com formação de qualidade e com conhecimento da realidade da saúde do povo brasileiro”, alertou Alexandre Padilha.
Ao avaliar os detalhes repassados pelo ministro sobre o sistema de saúde brasileiro, o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), presidente da Comissão de Seguridade Social, classificou sua participação de “positiva”, já que ele repassou “informações importantes, não só do funcionamento do ministério, mas dos projetos para o futuro”.
O petista disse ainda que um dos itens que mais suscitaram questionamento por parte dos deputados – a privatização do SUS – foi veementemente refutado pelo ministro. Dr. Rosinha também destacou o fato de o ministro dizer que em momento algum o governo da presidenta Dilma Rousseff cogitou a possibilidade de desoneração fiscal de seguro saúde em desfavor do Sistema Único de Saúde.
Carência profissional – Ainda sobre a falta de médicos, Alexandre Padilha relatou que o Brasil registra uma média de 1,8 médico por mil habitantes, enquanto a Argentina e a Inglaterra exibem índices que atingem a casa de 3,2 e 2,7 médicos por mil habitantes, respectivamente. De acordo com o ministro, o ciclo para a obtenção de médicos formados com qualidade é de 5 a 8 anos. “Você não sai de 1,8 para 2,7 em dez anos, demora 20 anos, mesmo aumentando o número de vagas no País”, afirmou.
Para o ministro, é falso o discurso de que a contratação de estrangeiros reduziria a qualidade do serviço. “Isso não é comparável com que ocorre em outros países do mundo. Se queremos oferecer saúde publica, gratuita e universal a toda a população, temos que ampliar rapidamente o patamar de médicos por habitantes no Brasil”, defendeu o ministro.
Metas do milênio – O ministro contou que ao longo dos 25 anos do SUS muitos desafios foram superados e que, entre as metas do milênio (compromissos que o Brasil assumiu em relação à área da saúde), o País atingiu a meta de forma antecipada na questão da mortalidade infantil, da malária, da tuberculose e da Aids. Segundo o ministro, o País caminha para atingir a meta em relação à mortalidade materna e à hanseníase.
SUS – O ministro comemorou os avanços construídos nos últimos dez anos do PT à frente do governo federal. De acordo com Padilha, o Brasil foi bicampeão em transplantes públicos e gratuitos. “Nenhum país do mundo fez mais de 23 mil transplantes totalmente públicos e gratuitos. O segundo colocado, os EUA, fez 40 mil transplantes totalmente privados”, orgulhou-se.

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