quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Sandy deixa 30 mortos, US$ 20 bilhões em prejuízos e 8 milhões sem luz

Washington, 30 out (EFE).- A passagem de "Sandy" causou 30 mortes e deixou pelo menos 8 milhões de pessoas sem luz, ao mesmo tempo em que causou alagamentos em muitas cidades e paralisou os negócios no nordeste dos Estados Unidos, com danos que os analistas avaliam em US$ 20 bilhões.
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A tempestade tropical teve impacto mais letal em Nova York, com 18 das 30 mortes registradas nos EUA. Três pessoas morreram em Nova Jersey, outras três na Pensilvânia; duas em Maryland, Connecticut e Virgínia; uma na Carolina do Norte e um a bordo do veleiro "HMS Bounty", que afundou em alto-mar.

As impressionantes imagens de bairros inundados, casas destruídas e negócios fechados durante dias alarmaram as autoridades e os economistas dos EUA. Os analistas apontam para prejuízos elevados, mas temporários, que serão maiores no caso das companhias aéreas e das pequenas empresas.

A empresa californiana Eqecat, que se dedica também ao fornecimento de modelos de riscos catastróficos, calculou que "Sandy" deixará danos econômicos de entre US$ 10 e 20 bilhões, dos quais aproximadamente a metade estaria coberta por seguros.

Se o custo ficar no extremo mais conservador - ao redor dos 10 bilhões - seria similar ao causado pelo furacão "Irene" que varreu a costa leste em agosto de 2011, lembram os especialistas.

Mas "Sandy" foi mais forte que "Irene" em muitos sentidos, já que causou o dobro de cortes de eletricidade em Nova Jersey, com 2,4 milhões de pessoas sem luz na terça-feira, dentro de um total de 8 milhões de habitantes afetados em todo o país, segundo dados do Departamento de Energia.

Quase 4 milhões de pessoas dos estados de Nova York, Nova Jersey e Connecticut continuavam sem eletricidade pela tarde, em algumas áreas sem telefone (os cabos de ambos os serviços foram derrubados por galhos e árvores que caíram) e inclusive sem água potável.

Os cortes de energia elétrica "são vastos, mas menores do que se esperava", disse à Agência Efe Jan Vermeren, da empresa Kinetic Analysis de Maryland, dedicada na avaliação de riscos por desastres e que estima perdas totais de até US$ 25 bilhões, incluindo as interrupções nos negócios.

"O maior custo está no sistema subterrâneo de Nova York e até que os técnicos sejam capazes de ir ali embaixo e revisar as instalações, as redes de eletricidade, não teremos um valor aproximado", acrescentou.

A fúria de "Sandy" afetou a produção nas refinarias da região de Nova Jersey, mas, ao mesmo tempo, a suspensão das atividades governamentais e comerciais diminuiu a demanda por combustíveis, por isso Vermeren acredita que "uma coisa compensará a outra e não veremos um aumento muito agudo dos preços".

O analista da companhia de gestão de riscos Moody's, Ryan Sweet, lembrou no site da empresa que "os desastres naturais costumam ter um impacto inicial muito forte na economia, mas normalmente geram atividade extra mais tarde".

"Esperamos que qualquer produção perdida nesta semana pela tempestade 'Sandy' seja compensada nas semanas seguintes e minimize o efeito no PIB do quarto trimestre", disse Sweet.

Para o economista-chefe do banco Wells Fargo, John Silvia, grande parte da interrupção brusca na atividade dos negócios vai ter cobertura das seguradoras ou será compensada nas semanas seguintes, com exceção das companhias aéreas, que devem cancelar mais de 16 mil voos, segundo a apuração do site "Flightaware.com".

"Os voos e os hotéis, não há como compensá-los", disse à "CNN" Silvia, que também prevê "duras perdas" para os pequenos negócios que deverão ficar fechados durante muitos dias por conta da falta de eletricidade.

A Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema), conta com aproximadamente US$ 3,6 bilhões em seu fundo para desastres e acredita que são suficientes para atenuar os efeitos de "Sandy", informaram fontes da agência ao jornal "The Wall Street Journal". EFE

llb-jab/rpr

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