domingo, 21 de outubro de 2012

‘Nunca entreguei ninguém na vida. Nem no pau de arara’, diz Genoíno, em entrevista ao Estadão

 

Eliomar de Lima

O ex-presidente do PT e ex-ministro José Genoíno diz em entrevista ao Estadão, neste domingo (21), que lutará “todos os dias, semanas, meses e horas” para provar sua inocência no processo do mensalão.

Condenado por corrupção ativa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Genoíno afirma que não apontará o dedo para companheiros. “Nunca entreguei ninguém na minha vida. Nem no pau de arara. Muito menos num processo que virou um grande espetáculo midiático”, justifica o ex-presidente do PT, que assegura que não cuidava das finanças do partido.

“Nunca tratei de dinheiro, de pagamento, de qualquer atividade criminosa. Misturar negociações políticas, articulações e alianças com crime significa criminalizar a política. Eu não aceito essa acusação de ter integrado quadrilha. O PT não é um partido de quadrilheiro, de mensaleiro. Isso é uma afronta à nossa história. O PT precisava fazer aliança ao centro para ganhar a eleição e para governar”, declarou Genoíno ao Estadão, que se recusou a comentar sobre o processo de José Dirceu, na época ministro-chefe da Casa Civil do Governo Lula. “Eu não faço comentário sobre companheiros do processo”, avisou.

Para Genoíno, a vida política de nenhum cidadão se acaba. “Eu já lutei com tribuna, com microfone, com reunião e, nos anos 70, com outros instrumentos. Eu não vivo sem política, não vivo sem ideal. Aprendi a lutar em qualquer situação. Até para quebrar a incomunicabilidade na prisão, eu e meus companheiros esvaziávamos a água do vaso sanitário. A gente chamava aquilo de telefone. Muitos culpados a história provou que eram inocentes. Vou lutar todos os dias, semanas, meses e horas para defender minha inocência”.

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