terça-feira, 31 de julho de 2012

Presidentes do Mercosul se reúnem para consolidar entrada da Venezuela no bloco

 

A presidenta Dilma Rousseff recebe hoje os chefes de Estado do Mercosul, em Brasília, para a reunião extraordinária de Cúpula na qual vão ratificar a entrada da Venezuela no bloco. O evento ocorre durante o período de suspensão do Paraguai no processo decisório do grupo – medida que se estende até abril de 2013, quando serão convocadas eleições presidenciais naquele país.

A entrada da Venezuela no Mercosul foi aprovada no mês passado, em reunião entre a presidenta brasileira e seus colegas da Argentina, Cristina Kirchner, e do Uruguai, José Pepe Mujica, após a suspensão do quarto membro, Paraguai, devido à destituição do presidente Fernando Lugo. O senado paraguaio vetava a inclusão da Venezuela desde 2006.

O deputado Dr. Rosinha (PT-PR), vice-presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul), afirmou que o ingresso da Venezuela no bloco enseja celebração, dado o impacto positivo tanto no âmbito do Mercosul como da própria América do Sul. “Com a crise econômica que ronda o mundo, em especial a Europa e o Estados Unidos – a decisão de reforçar o Mercosul com a Venezuela é estratégica. É importante do ponto de vista comercial, econômico e também político”, disse o parlamentar.

Democracia – Dr. Rosinha rebateu as críticas da direita brasileira à presença da Venezuela como membro pleno do Mercosul. “Era para todo o Brasil festejar, mas a nossa direita é ideologicamente doente. A Venezuela é um parceiro econômico e comercial estratégico para o Brasil e, afora isso, sua presença no Mercosul é também uma conquista democrática. A direita precisa perceber que, quanto mais integração, mais democracia e mais dificuldade de ocorrer qualquer tentativa de cunho autoritário”, disse.

O parlamentar rebateu também críticas à decisão dos chefes de Estado do Mercosul de suspender o Paraguai do bloco até a realização das próximas eleições presidenciais naquele país. Ele lembrou que foi uma suspensão política, sem afetar os acordos e sem prejudicar o povo paraguaio e para que eles não sejam vítimas.
A Venezuela é um excelente parceiro comercial brasileiro: no ano passado, por exemplo, o Brasil exportou US$ 4,5 bilhões e importou US$ 1,3 bilhão, com superávit, portanto, de US$ 3,3 bilhões.

Os chefes de Estados vão autorizar a formação de um grupo de trabalho para reexaminar o cronograma que prevê liberação comercial, com o estabelecimento de novos prazos para a adesão do novo sócio à Tarifa Externa Comum (TEC), às normativas e à nomenclatura do bloco, que representa 75% do PIB de América do Sul.

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