segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Velho Mundo aos trancos e barrancos

Ajustes do governo levam cidade a querer independência da Itália

Uma pequena cidade do centro da Itália, Filettino, cunhou sua própria moeda como primeiro passo para pedir a independência do Estado italiano, medida que pretende adotar em protesto contra o último plano de austeridade do primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, que prevê o desaparecimento de municípios com menos de mil habitantes.

Segundo as novas reformas econômicas, aprovadas no Conselho de Ministros em 12 de agosto e atualmente em tramitação parlamentar, Filettino, que tem cerca de 550 habitantes, deveria perder sua independência municipal e se incorporar a Trevi, cidade localizada a dez quilômetros de distância.

Diante desta situação, o prefeito de Filettino, Luca Sellari, decidiu tomar uma iniciativa para tornar a cidade independente da Itália e se transformar em um principado, seguindo o modelo da República de San Marino, localizada no leste da Península Itálica. Entre outras medidas, cunhou uma moeda própria, batizada como "fiorito", em cujas notas pode ser lido "Banco Popular do Principado de Filettino", e inaugurou nesta segunda-feira a página www.principatodifilettino.com, para reforçar a causa.

Os moradores da pequena cidade já contam também com uma camiseta impressa com o que seria o escudo do principado, além de poderem comprar garrafas de vinho com rótulos que fazem referência a Filettino como Estado independente.

Sellari, que garante que "com um pouco de empenho" alcançará seu objetivo de transformar a localidade em um principado, embora não tenha dado detalhes sobre o procedimento legal, afirmou em entrevista nesta segunda-feira que a população de Filettino está "entusiasmada" com a ideia de se separar da Itália, porque "precisa de uma alternativa diferente da que o Governo propõe".

A medida de fundir municípios com menos de mil habitantes e as províncias com uma superfície menor que três mil quilômetros quadrados e menos de 300 mil habitantes é uma das reformas mais polêmicas do último plano de ajuste de 45,5 bilhões de euros aprovado pelo governo de Berlusconi.

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