segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Bovespa fecha em alta de 2,83% com bom humor no exterior

 

GIULIANA VALLONE
DE SÃO PAULO

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) começou a semana em alta, influenciada pela divulgação de dados positivos nos EUA e pela animação dos investidores após os danos menores que o esperado causados pela passagem da tempestade tropical Irene no país.

O Ibovespa, o termômetro dos negócios da Bolsa paulista, subiu 2,83%, atingindo os 54.860 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,42 bilhões.

O dólar comercial foi negociado por R$ 1,592, na venda, em queda de 0,80%.

Nos Estados Unidos, o Dow Jones teve alta de 2,26%. O Nasdaq, dominado pelo setor tecnológico, subiu 3,31%, enquanto o índice ampliado Standard & Poor's 500 registrou valorização de 2,82%.

O Irene atingiu a Costa Leste dos Estados Unidos no domingo, causando diversas inundações. Milhões de pessoas ainda estavam sem energia.

Uma empresa de consultoria previu que os danos pagos por seguradoras ficariam entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões, bem abaixo dos US$ 6 bilhões pagos pela indústria após o furacão Isabel, em 2003.

Além disso, um aumento nos gastos dos consumidores norte-americanos também contribuiu para o otimismo nos mercados.

O Departamento de Comércio dos EUA informou que o consumo pessoal cresceu 0,8%, a maior alta desde fevereiro, após queda de 0,1% em junho. O aumento dos gastos do consumidor representou uma surpresa positiva para o mercado. A maioria dos economistas previam alta de 0,5% para o mês passado.

A renda pessoal disponível subiu 0,3%, mas caiu 0,1% quando ajustada com a inflação do mês passado --o primeiro declínio desde setembro.

"A semana passada trouxe um ânimo diferente, porém ainda não dá para dizer que voltamos para uma tendência de alta. Mas o mercado está um pouco menos com a espada no pescoço", afirmou Rodrigo Falcão, operador corretora Icap, se referindo à reação do mercado após o discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA), Ben Bernanke, na sexta-feira.

Na Europa, as ações subiram depois que o segundo e o terceiro maiores bancos da Grécia anunciaram uma fusão, criando a maior instituição financeira do país. O governo da Grécia e o Banco Central vinham pedindo que os bancos se unissem, afirmando que o movimento os ajudaria a sobreviver à crise de endividamento.

BRASIL

No cenário doméstico, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou hoje a elevação da meta de superavit primário do governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) em R$ 10 bilhões.

Segundo o ministro, a intenção é evitar um aumento nas despesas correntes, dando mais espaço para o Banco Central usar os juros como arma contra uma deterioração da crise econômica mundial, que pode afetar a economia brasileira.

"Não somos imunes às consequências desse cenário recessivo. O Brasil tem que se antecipar para impedir que essa deterioração da economia internacional acabe afetando os avanços que tivemos na economia brasileira", afirmou.

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