sexta-feira, 29 de julho de 2011

Por que Harvard quer brasileiros

 

por Gilberto Dimenstein*

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Desembarca no Brasil, no próximo mês, o professor Nitin Nohria, diretor da Escola de Negócios de Harvard, considerada, em vários rankings, a melhor do mundo. Ele me diz que seu objetivo é simples: quer levar mais talentos brasileiros para estudar em sua escola. E não é por causa da mensalidade, afinal candidatos não faltam. É uma questão de sobrevivência de sua instituição, responsável por formar parte da elite empresarial americana (o detalhamento da conversa está no www.catracalivre.com.br).

É uma aula sobre a excelência na educação.

Para ele, o Brasil é um dos cinco países mais importantes para quem está preocupado em estudar os negócios – e o recorde de investimentos estrangeiros anunciado nesta semana reforça essa visão. Ficar centrado nos Estados Unidos é, segundo ele, o caminho do obsoletismo.

A força de sua escola está no fato de que tem atraído talentos que, depois, viram empreendedores. Quanto melhor o aluno, diz ele, melhor a escola. “Precisamos caçar os melhores para continuarmos na vanguarda. O que fazemos depois é apenas burilar esses talentos.”

A conversa dá uma lição de humildade: sentar no sucesso é o primeiro passo do fracasso. Por melhor que esteja, dá para ser muito melhor.

É uma boa lição para muitos de acadêmicos de universidades públicas que, por não terem muita competição e terem a verba garantida pelo governo, sentem-se o máximo mesmo na mediocridade.

Lembro que fui muito criticado aqui por que considerei uma vergonha (e não motivo de júbilo) que, apesar de a São Francisco, da USP, aparecer em primeiro lugar na lista dos exames da OAB, quase 40% dos seus alunos não foram aprovados.

* Gilberto Dimenstein é colunista e membro do Conselho Editorial da Folha de S.Paulo, comentarista da rádio CBN, e fundador da Associação Cidade Escola Aprendiz.

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