Governo brasileiro avalia que não há risco de calote americano
MÁRCIO FALCÃO
ANA FLOR
DE BRASÍLIA
O vice-presidente, Michel Temer, afirmou nesta segunda-feira que não traz preocupação ao governo brasileiro o risco de moratória do governo Barack Obama.
Segundo o vice, o Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda não discutem medidas emergenciais para rebater eventuais contaminações da economia com os problemas norte-americanos e na Europa.
Temer disse que, a partir do relato do ministro interino Nelson Barbosa (Fazenda), o governo brasileiro avalia que Obama vai conseguir aval do Congresso norte-americano para aumentar o valor da dívida.
"Não analisamos eventuais medidas se eventualmente tiver crise. Não há essa preocupação no nosso país", disse Temer.
A avaliação do vice foi feita após reunião da coordenação política do governo, que discutiu a situação econômica internacional, em especial as dificuldades dos EUA.
Participaram da reunião a presidente Dilma Rousseff, Temer, José Eduardo Cardozo (Justiça) e os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Edison Lobão (Minas e Energia), Miriam Belchior (Planejamento), Helena Chagas (Secom), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e o secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa.
EXPOSIÇÃO
O governo brasileiro está entre os maiores investidores em títulos americanos. Esses papéis são os principais destinos das reservas internacionais do Brasil, um seguro contra crises.
Entre os oito maiores credores -aqueles com mais de US$ 100 bilhões investidos-, o Brasil foi o segundo que mais aumentou suas aplicações nos quatro primeiros meses de 2011 (11%).
O percentual está acima do crescimento total da dívida americana no período, o que significa que o Brasil elevou sua participação como credor do país.
Esse crescimento não está relacionado, no entanto, a um interesse maior pelos papéis que, por enquanto, são considerados o investimento mais seguro do mundo.
O investimento brasileiro em títulos norte-americanos é de US$ 207 bilhões, o que representa 63% das reservas internacionais.
Esse percentual foi maior antes da crise de 2008/2009 e se mantém praticamente constante.
China (US$ 1,1 trilhão), Japão (US$ 907 bilhões) e Reino Unido (US$ 333 bilhões) possuem aplicações maiores.
A FOLHA.COM
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