quarta-feira, 15 de junho de 2011

OIT coloca Brasil como protagonista no combate à miséria no mundo


 

Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, citou programas federais que buscam erradicar a pobreza e cobrou mais solidariedade de países desenvolvidos

Genebra (Suíça) - A Organização Internacional do Trabalho (OIT) citou o Brasil como um dos protagonistas no combate à fome e à miséria no mundo, juntamente com países como China e Índia. A diretora executiva da instituição, Maria Angélica Ducci, disse nesta terça-feira (14), em Genebra, que as nações que integram o fundo IBAS (Índia, Brasil e África do Sul) compartilham “conhecimentos e experiências” capazes de tornar a solidariedade a principal característica da cooperação entre esses países. “É essa troca global que incentiva a adoção de modelos bem sucedidos, pontuou Ducci.

A declaração da diretora foi proferida durante o painel “Sul-Sul e Cooperação Triangular”, que contou com a participação dos representantes do IBAS, incluindo o ministro do Trabalho e Emprego brasileiro, Carlos Luppi. O encontro colocou em evidência as práticas solidárias desses países em relação às nações que apresentam altos índices de pobreza ou que não possuem políticas firmes de combate ao trabalho infantil e à falta de seguridade social.

Durante o painel, Lupi comentou que o Brasil, apesar de ser a 5ª economia do mundo, ainda precisa combater de forma efetiva a miséria, objetivo do programa lançado este ano pela presidenta Dilma Rousseff, o Brasil Sem Miséria. Segundo ele, o país possui 16,2 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza e que, apesar do gargalo que ainda aguarda solução, o “Brasil quer ser solidário e ajudar países que tenham um índice ainda maior”.

O ministro ainda destacou a solidariedade como forma de alcançar uma sociedade “mais humana e completa”, mesmo que haja entraves financeiros a serem superados. Ele criticou os países desenvolvidos que deixaram de expandir suas políticas sociais por conta da crise financeira de 2008.

Por fim, Lupi propôs aos participantes o apoio por meio de projetos universitários, mediante parcerias com universidades públicas brasileiras. Atualmente, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é parceira da Universidade Global do Trabalho, rede de universidades, sindicatos, organizações sociais e membros da OIT, criada como uma produtora de conhecimento e pesquisa em universidades do Brasil, África do Sul, Índia e Alemanha. O projeto oferece cursos de pós-graduação e mestrado para sindicalistas e ativistas do trabalho com o intuito de auxiliá-los nos desafios do mundo laboral.

O ministro também se comprometeu a auxiliar a Força Sindical e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) na criação de um Fórum Sindical no âmbito sul-sul.

A agenda do trabalho brasileira tem como objetivos principais erradicar o trabalho infantil e o trabalho análogo ao de escravo, gerar emprego e trabalho decente e combater a pobreza e as desigualdades sociais. Para isso, lançou em novembro de 2010 a I Conferência Nacional de Emprego e Trabalho Decente, que repercutiu em conferências estaduais, distritais e municipais, seguindo o mesmo principio da OIT de oferecer uma discussão tripartite entre governo, trabalhadores e empregadores. O trabalho deverá ser concluído em outubro deste ano.

Agência de Notícias MPT

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