terça-feira, 7 de junho de 2011

O fim da crise

Não é informação privilegiada, que não a tenho.

É só sensibilidade, que logo se verá se tenho.

Mas acho que está por horas o desfecho desta crise política em torno do ministro Palocci.

É nítido que a infindável novela em torno do assunto já incomoda o próprio Governo, muito mais que o assunto em si.

Não se trata de julgar se o ministro é culpado ou inocente. Afinal, nem mesmo há uma acusação concreta contra ele, quanto mais algo que esteja provado como irregularidade.

O caso é político e a política tem razões muito mais subjetivas que a lei.

O jogo político não é, faz muito tempo, uma disputa amável e ponderada. Porque ele passou a ser um jogo que define não os governos, mas os rumos do Brasil.

O palco onde seu dia-a-dia se desenrola é, com frequência, desumano e impiedoso.

Mas ele tem de ser jogado.

Ao defender-se de maneira tíbia – o que é mais grave do que restringir a abertura de todas as informações – o ministro tornou-se inerme diante da avalanche de ataques.

Na prática, Palocci não se defendeu, esperou que fizessem isso por ele.

E ninguém pode fazer por nós por muito tempo aquilo que não fazemos sozinhos.

PS. Algumas poucas horas depois deste post, leio que o Procurador Geral da República mandou arquivar as representações contra o Ministro Palocci. Como disse, juridicamente não há absolutamente nada contra ele. Repito, porém, que a questão política sobrepuja a jurídica. Se o Ministro Palocci tivesse se afastado, espontaneamente, hoje, com a decisão da PGR, estaria voltando superfortalecido. Isso não quer dizer que ache que a presidente deveria te-lo afastado, não. Não se “rifa” pessoas á primeira dificuldade, e ela não o fez. A atitude de desprendimento caberia a ele. Estas lutas são coletivas, mas nada substitui a ação pessoal, quando se trata de uma ofensa à honra. A oposição e a mídia seguirão agarradas a cada detalhe da vida pessoal de Palocci. Ele se enfraqueceu e, fraco, não lhes serve como interlocutor. Mas serve como alvo

Por Brisola Neto

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