sexta-feira, 17 de junho de 2011

Em referendo, 94% dos italianos dizem não à energia nuclear

Por Redação EcoD

Um referendo realizado na Itália nos dias 12 e 13 deste mês resultou na rejeição da energia nuclear por 94% dos eleitores. Os cidadãos saíram às ruas do país na terça-feira (14) para comemorar o feito. A inserção do tema na consulta visava questionar a retificação ou não da lei que reimplementaria a energia atômica, proposta introduzida pelo partido Povo da Liberdade (PDL), do primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

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Ativistas do Greenpeace italiano comemoram o resultado do referendo.

Ao todo, 55,8% do eleitorado (cerca de 30 milhões de italianos) participaram do referendo – para que houvesse validade, era necessário que mais da metade dos eleitores fossem às urnas. Em 16 anos, foi a primeira vez que esse quórum foi atingido, o que reforçou a opinião da ONG ambientalista Greenpeace, que classificou o resultado do pleito como “histórico”.

A Itália deu fim ao programa nuclear do país em 1987, um ano depois da tragédia de Chernobyl. A última usina atômica italiana foi fechada em 1990. Contudo, Berlusconi apresentou em 2008 um plano em conjunto com a França para construir novas usinas atômicas, pelo qual a primeira deveria ser iniciada entre 2013 e 2015.

“A era da energia nuclear está chegando ao fim”, comemorou o presidente da ONG Legambiente, Vittorio Cogliati Dezza. Segundo ele, “um novo tempo de desenvolvimento para o país está começando”. Horas após o referendo, a Bolsa de Milão registrou alta nas ações de empresas do setor de energias renováveis.

A vontade dos italianos ficou clara a respeito de todos os temas do referendo. Segundo a decisão dos italianos, provavelmente devemos dizer adeus às centrais nucleares e devemos nos empenhar fortemente nas energias renováveis – Silvio Berlusconi.

Para o líder do Partido Verde no Parlamento Europeu, Daniel Cohn-Bendit, o resultado do referendo italiano pode abrir uma fase de “séria reflexão” em outros estados-membros, além de ser o ponto inicial para que a energia nuclear seja abolida, gradualmente, da Europa. No dia 30 de maio, o governo alemão anunciou que fechará todas as usinas nucleares do país até 2022.

Além da rejeição à energia nuclear, o referendo realizado na Itália também culminou na contrariedade da população à privatização da água e à imunidade legal aos ministros.

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