sexta-feira, 8 de abril de 2011

Rio começa a enterrar as crianças mortas no massacre de Realengo

Os primeiros enterros das vítimas do massacre que matou 12 crianças e adolescentes numa escola do Rio de Janeiro antes de suicidar-se, acontecem nesta sexta-feira nesta cidade, ainda abalada por um a ataque sem precedentes no Brasil.Uma multidão se reuniu na manhã desta sexta-feira no cemitério de Morundu, próximo a Realengo, subúrbio do oeste de Rio onde se localiza a escola primária em que ocorreu a tragédia.
Um helicóptero da Polícia Militar do Rio jogou pétalas de rosas sobre o cemitério e as pessoas presentes aos enterros olharam para o ar surpreendidas e emocionadas. No momento, era realizado o enterro de Laryssa Silva, de 13 anos. "Esse desgraçado destruiu nossa família. Não tem coração. O que ele fez foi horrível", lamentou Jackson da Silva, padrinho de Laryssa.

O secretário de Segurança do Rio, José Mario Beltrame, compareceu ao evento assim como efetivos da polícia. Também estavam presentes os médicos e enfermeiros que participaram no atendimento às vítimas.

Milhares de pessoas foram ao enterro das vítimas do massacre.

Milhares de pessoas foram ao enterro das vítimas do massacre.

Ambulâncias e carros de bombeiros foram enviados aos cemitérios para atender a eventuais emergências durante as cerimônias. Até a madrugada de sexta, 11 dos 12 corpos dos falecidos foram reconhecidos pelos familiares.

Dez meninas e dois meninos perderam a vida quando Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, que era um ex-aluno da instituição, invadiu o colégio e disparou contra eles. Outros 11 crianças permanecem hospitalizados em diferentes hospitais e alguns estão em estado grave.

A presidente Dilma Rousseff, que manifestou seu repúdio ao crime, viaja neste fim de semana para a China e não tem previsto até o momento ir ao Rio para participar nas cerimônias fúnebres, segundo informou a presidência à AFP.

À medida que as horas passam, alguns detalhes do ataque e do agressor começam a ser conhecidos. Um vídeo do circuito interno de câmaras da escola mostra alguns momentos do tiroteio: os adolescentes correndo desesperados, caindo ao chão, tentando escapar do atacante, e Wellington saindo para o corredor para recarregar suas armas.

Outra gravação de uma testemunha, postada no Youtube, mostra vários alunos saindo desesperados da escola, em meio a cenas de pânico dos pais aglomerados diante do prédio.

Ex-companheiros de trabalho Wellington como uma pessoa calada e sem amigos, ao mesmo tempo em que seus ex-colegas de escola recordaram que ele era vítima de bullying e era desdenhado pelas meninas do grupo. "Sinceramente, não sei por que ele fez isso", declarou Bruno Linhares, de 23 anos, ex-colega de turma.

O coronel Evandro Bezerra, relações públicas do Corpo de Bombeiros, disse que Wellington cometeu um ato premeditado. "Ele veio à escola preparado para fazer isso", declarou. Uma carta com uma mensagem incoerente, cheia de mensagens religiosas e que a polícia encontrou entre suas roupas, parece confirmar isso.

A polícia está investigando a origem das armas utilizadas pelo atacante, que conseguiu carregá-las diversas vezes antes de ser baleado por um policial e se suicidar. As imagens de Wellington com a cabeça e as costas ensanguentadas, caído na escada da escola, ocupam grande espaço nos sites brasileiros, enquanto que os canais de televisão entrevistam incessantemente especialistas que tentam explicar a motivação do ataque.

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