segunda-feira, 11 de abril de 2011

Novo tremor atinge região de usina um mês após tragédia no Japão

 

Monge budista reza em área destruída pelo tsunami em Natori, na província de Myagi, no nordeste do Japão, em 11 de abril 2011, um mês após o terromoto e tsunami que atingiram o país. (AP)

Efeitos das tragédias naturais ainda são visíveis em várias partes

Um tremor de 7,1 de magnitude atingiu a província de Fukushima nesta segunda-feira, um mês após um terremoto seguido de tsunami ter causado dezenas de milhares de mortos no país.

A Agência Meteorológica do Japão emitiu um alerta de tsunami de até um metro.

A província de Fukushima, no nordeste do país, abriga a usina de mesmo nome que sofreu grande destruição e luta para evitar o vazamento de material radioativo.

A empresa que controla a usina comunicou que não há relatos de danos de estrutura causados pelo tremor desta segunda-feira.

O novo terremoto ocorreu às 17h16m (hora local), poucas horas depois de o Japão marcar um mês da tragédia de 11 de março com um minuto de silêncio.

Sobreviventes da tragédia que estão alojados em abrigos improvisados marcaram o momento que o terremoto abalou o Japão, às 14h46 do horário local (2h46 de Brasília), com as cabeças baixas e mantendo um silêncio de um minuto.

A tragédia deixou mais de 13 mil mortos e 14,3 desaparecidos e outras 150 mil pessoas desabrigadas. O tremor também danificou sistemas de resfriamento da usina nuclear de Fukushima e obrigou funcionários da usina a tentar restaurar esses sistemas.

O primeiro-ministro Naoto Kan agradeceu a pessoas em todo o mundo por seu apoio.

Em uma carta aberta enviada a sete jornais internacionais, o premiê japonês afirmou que o apoio ofereceu esperança e despertou coragem em um momento de desespero.

''Através de nossos esforços e com a ajuda da comunidade global, o Japão irá se recuperar e regressará ainda mais forte. Nós iremos retribuir a sua generosa ajuda'', escreveu Kan.

''Com isso nos nossos corações, agora estamos juntos, dedicados à reconstrução da nação.''

Indústria pesqueira

Ao percorrer regiões atingidas pelos desastres no domingo, Kan prometeu fazer todo o possível para ajudar comunidades.

Um mês depois, vidas e paisagens ainda estão em caos no nordeste do Japão.

''O governo depositará todo o seu esforço para trabalhar com vocês. Nós nunca o abandonaremos'', disse o premiê a sobreviventes na cidade de Ishinomaki.

O primeiro-ministro também procurou assegurar os sobreviventes de que a indústria pesqueira - da qual dependem muitos no severamente atingido litoral japonês - será retomada assim que possível.

O tsunami destruiu barcos e cais, interrompendo operações de pesca de grande porte.

Os estragos sofridos pela usina nuclear de Fukushima Daiichi também atingiu a indústria pesqueira, já que consumidores internacionais estão evitando produtos japoneses temendo contaminação.

Funcionários vêm injetando água sobre os três reatores a fim de resfriar seus tubos de combustíveis porque os sistemas de resfriamento foram prejudicados durante o terremoto.

Eles seguem injetando nitrogênio no reator de número 1 da usina, a fim de impedir uma nova explosão causada pelo acúmulo de hidrogênio.

Eles também estão lançando água com baixos níveis de contaminação no mar, para que a água altamente radioativa extraída da área da usina possa ser transferida para uma área vedada próxima ao local em que ela se encontra.

O secretário-chefe do gabinete japonês, Yukio Edano, disse que avanços têm sido feitos no sentido de manter a usina sob controle.

''A possibilidade de que a situação da usina nuclear se deteriore e possa provocar um grande vazamento de materiais radiativos está diminuindo cada vez mais'', disse Edano em uma entrevista.

''Naturalmente, a usina não está operando de forma normal. Nós seguimos pedindo àqueles que moram nas imediações que sigam nos locais para onde foram evacuados, na eventualidade de a situação piorar. ''

Mas nesta segunda-feira, Edano pediu que moradores de outras cinco comunidades em uma área situada a 30 quilômetros da usina nuclear deixem a área em no máximo um mês.

O secretário-chefe do gabinete disse não se tratar de uma emergência, mas acrescentou que altos níveis de radiação foram detectados em algumas áreas e acrescentou que há riscos de longo prazo caso para a saúde, caso a crise com a usina se prolongue.

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