terça-feira, 29 de março de 2011

Dilma justifica abstenção do Brasil na resolução sobre a Líbia

A presidente Dilma Rousseff justificou a decisão do Brasil de se abster na votação do Conselho de Segurança da ONU sobre a intervenção militar na Líbia, alegando risco de causar mais danos à população civil, em entrevista divulgada nesta terça-feira pelo canal de televisão português "SIC".

Dilma, que está de visita oficial a Portugal, afirmou que o líder líbio Muammar Kadafi está violando os direitos humanos, mas que "bombardear e invadir a Líbia não é uma garantia" de que o conflito será solucionado.

A presidente assinalou que a situação da Líbia "não é igual à do Egito, é mais uma guerra civil", e ressaltou que "todas as práticas de extermínio com ataques a civis devem ser repudiadas pela comunidade internacional", seja na Líbia, no Iêmen ou no Bahrein.

Ela argumentou que a abstenção do Brasil no Conselho de Segurança - medida tomada também por Rússia, China, Índia e Alemanha - foi motivada pelas dúvidas de que uma zona de exclusão aérea pudesse impedir danos aos civis. "É preciso encontrar uma solução favorável à população".

Quando perguntada sobre se lhe incomodou o anúncio do início da operação militar na Líbia feito em solo brasileiro pelo presidente americano, Barack Obama, Dilma respondeu que prefere que não haja declarações de guerra "em nenhum território".

A presidente ressaltou que não está de acordo com aqueles que consideram a recente visita de Obama ao Brasil um fracasso, e destacou que o objetivo da viagem do líder americano era "articular uma relação entre iguais"; por isso, ela pediu aos Estados Unidos que estudem eliminar as tarifas às exportações brasileiras.

Sobre isso, Dilma advertiu que, até que não se resolva esta questão, o Brasil manterá a política de triangulação, que consiste em vender produtos à China para que o gigante asiático revenda os produtos aos EUA. EFE

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