sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mudança no Egito foi 'vitória das ruas', avalia Planalto

O Palácio do Planalto espera que a transição política no Egito, com a renúncia de Hosni Mubarak, ocorra sem derramamento de sangue e sem violações aos direitos humanos. Hoje, em entrevista, o assessor de assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, disse que a queda de Mubarak foi "uma vitória das ruas" e que o governo brasileiro viu com muita simpatia o movimento.

"Acho que as ruas fizeram escutar a sua voz. Todas as tentativas de solução para conter o movimento sucumbiram", afirmou. Marco Aurélio disse que a questão no Egito não é um episódio encerrado. "Hoje houve uma vitória importante das reivindicações populares com a saída do presidente Mubarak. Temos de ver o que vai acontecer daqui para frente", completou.

Marco Aurélio relatou que a presidente Dilma Rousseff foi informada no começo da tarde de hoje sobre a queda de Mubarak. Ele disse que o Planalto acompanhou com tensão o desenrolar da crise no Egito nos últimos dias. O assessor classificou o fato como um "movimento democrático" do ponto de vista político e social.

Ele reforçou que a expectativa da comunidade internacional, da qual o Brasil faz parte, é de que as mudanças prossigam sem derramamento de sangue e com respeito aos direitos humanos e que a transição possa expressar a soberania do povo e a vontade popular. "Em função do que houve até agora, é difícil que a vontade das ruas seja confiscada", afirmou.

A presidente Dilma mantém contatos com o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, para avaliar a situação no Egito. Patriota está nos Estados Unidos, em reunião na Organização das Nações Unidas.

No dia 31 de janeiro, em rápida entrevista em Buenos Aires, a presidente Dilma já dizia esperar pela democracia no Egito. "Se o país der ao seu povo todas as condições de desfrutar o desenvolvimento", ressalvou. "O governo brasileiro olha com expectativa e torce para que ele (o Egito) seja democrático, que o país leve o seu povo a ter todas as condições de desfrutar o desenvolvimento", afirmou, na ocasião, a presidente.

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