domingo, 20 de fevereiro de 2011

G20 fecha acordo de indicadores para medir desequilíbrio global

Por Louise Egan e Julien Toyer

Ministros e presidentes de Bancos Centrais de países que integram o G20, durante reunião do grupo em Paris. 19/2/2011.REUTERS/Benoit Tessier

PARIS (Reuters) - Os ministros de Finanças das principais economias do mundo fecharam neste sábado um acordo paliativo para medir os desequilíbrios da economia global, depois que a China conseguiu evitar o uso de taxas cambiais e reservas monetárias como indicadores.

Christine Lagarde, ministra francesa de Finanças que presidiu a cúpula, disse que o acordo entretanto representa um passo significativo para aprimorar a coordenação das políticas econômicas ao redor do globo, no intuito de evitar outra crise financeira.

"As negociações foram francas, às vezes tensas, e conduziram a um compromisso final que não pode ser atribuído a nenhuma delegação em particular, mas que garanto representar um espírito de comprometimento e ambição", declarou ela em uma coletiva de imprensa.

Ministros e presidentes de Bancos Centrais concordaram com uma lista de indicadores que incluem dívidas públicas e déficits fiscais, poupança e empréstimo privados, a balança comercial e outros componentes do balanço de pagamentos, como os fluxo líquido de investimento.

Mas, por insistência da China, não houve menção à taxa de câmbio real nem às reservas de moeda estrangeira.

"As reservas foram deixadas de lado", disse Lagarde, acrescentando que o acordo contemplou um mecanismo para levar em conta as taxas cambiais quando da avaliação do balanço de pagamentos total.

Os Estados Unidos e outros países ocidentais acusam a China de manter o iuan artificialmente desvalorizado para impulsionar suas exportações e acumular grandes reservas de moeda estrangeira, que afirmam distorcer a economia mundial.

 

O secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, repetiu depois das conversas que a moeda chinesa "continua substancialmente depreciada" e que sua taxa cambial real não se alterou muito apesar de sua lenta apreciação desde uma reforma em junho passado.

A segunda maior economia do mundo, que superou o Japão na semana passada, resistiu à pressão ocidental para revalorizar significativamente sua moeda para ajudar a reequilibrar o crescimento global.

O superávit comercial da China encolheu ultimamente, talvez explicando por que o país prefere essa medida.

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