domingo, 30 de janeiro de 2011

Holanda congela contatos com Irã após execução de Bahrami

A Holanda "congelou seus contatos" com o Irã depois de ter obtido a confirmação da execução neste sábado em Teerã de Sahra Bahrami, uma iraniana com cidadania holandesa acusada pelo Irã de tráfico de drogas, anunciou à AFP um porta-voz do ministério holandês de Relações Exteriores

"A Holanda decidiu congelar todos os contatos com o Irã", declarou Bengt van Loosdrecht, depois que o embaixador do Irã na Holanda foi convocado pelo ministro holandês de Relações Exteriores, Uri Rosenthal.

"Isso inclui todos os contatos oficiais entre diplomatas e funcionários" holandeses, informou o porta-voz.

Completou que "o embaixador do Irã confirmou a notícia da execução de Bahrami" e afirmou que "o ministro mostrou-se muito comovido pela notícia".

"Qualificamos a medida como um ato cometido por um regime bárbaro", completou.

A televisão iraniana informou que, segundo o comunicado do procurador de Teerã, Bahrami, de 46 anos, foi condenada à morte pelo tribunal revolucionário "por posse de 450 gramas de cocaína e por sua participação na venda de 150 gramas de cocaína".

Detida em dezembro de 2009 em Teerã, quando participava de uma manifestação contra o regime, Sahra Bahrami também era processada por pertencer a um grupo armado oposto ao governo, crime pelo qual poderia ser condenada à morte, segundo sua filha.

Em 5 de janeiro, Holanda pediu "esclarecimentos" ao Irã e manifestou sua "preocupação" com o caso de Bahrami.

"Pedimos informações, a possibilidade de darmos ajuda consular e um julgamento justo", havia declarado o ministro de Relações Exteriores holandês, Uri Rosenthal. No entanto, o Irã não reconhece a dupla nacionalidade e sempre a considerou iraniana.

O comunicado do escritório da procuradoria de Teerã, citado pela emissora estatal, afirmou que a condenada pertencia a uma rede internacional de transporte de drogas e, graças a suas relações holandesas, conseguia fazer a cocaína entrar no Irã e distribuí-la em duas ocasiões.

Segundo a mesma fonte, "o tribunal revolucionário a condenou à morte por posse de 450 gramas de cocaína e por sua participação na venda de 150 gramas de cocaína".

AFP

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