domingo, 12 de dezembro de 2010

Crédito triplica e Lula elogia consumo das classes C e D

A oferta de crédito no Brasil praticamente triplicou em oito anos, atingindo o patamar de R$ 1 trilhão. “O Brasil inteiro, para financiar crédito para 190 milhões de habitantes,tinha apenas R$ 380 bilhões”, observou nesta sexta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Só o Banco do Brasil tem (hoje) mais do que o país tinha em 2003; só o BNDES, tem (hoje) uma carteira de financiamento de quase US$ 500 bilhões. É infinitamente maior do que o Banco Mundial”, gabou-se o presidente. “Não basta crescer; é preciso crescer e ter uma política de distribuição de renda, melhorar a vida daqueles que mais precisam”, ressaltou.

Lula notou que, na hora da crise, quem sustentou o crescimento da economia, foram as classes C e D, que consumiram mais do que a A e a B. “Ou seja, dê a um pobre R$ 10,00 e ele vira um consumidor. Dê a um outro cidadão [R$] 1 milhão, que ele vira um especulador”, comparou.

“Apologia do consumo” – Disse que, quando houve o abalo na economia mundial em 2008/2009, o Brasil experimentou uma queda na sua indústria em 2009 porque muitas empresas – inclusive multinacionais, com matrizes no exterior – pisaram “pra valer” no breque ao preverem“um tsunami” quando “poderiam apenas ter diminuído a velocidade de 120 para 110 para desviar da marolinha”.

Ao mesmo tempo, o governo federal agia no sentido contrário. Foi lançado o projeto Minha Casa, Minha Vida, e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não parou. “E no auge da crise, eu fui para a televisão fazer a apologia do consumo, pedir para o povo brasileiro não parar de comprar, porque, se ele parasse de comprar, a empresa não ia produzir, a loja não ia vender, ele não ia ter emprego, não ia ter salário, e aí é que a crise viria para arrebentar o povo brasileiro”, acentuou.

“Muita gente não acreditava” – Ele também ironizou a postura de ex-presidentes em relação ao Fundo Monetário Internacional (FMI). “Era tudo para pagar o FMI. Agora, são eles (o FMI) que devem para a gente US$ 14 bilhões”. As declarações de Lula aconteceram nesta sexta-feira, quando assinou a ordem de serviço para o início das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que ligará Ilhéus, na Bahia, a Figueirópolis, em Tocantins, com uma extensão de 1.526 quilômetros. A linha férrea, que custará R$ 6 bilhões até 2012, formará um novo corredor de transporte e abrirá uma alternativa logística para os portos nordestinos, podendo transportar 70 milhões de toneladas anuais. “Tinha muita gente que não acreditava que essa ferrovia fosse sair do papel”, discursou.

Veto às vacinas - Também na sexta-feira, Lula acatou a indicação do Ministério da Saúde para vetar a inclusão de cinco vacinas no sistema público. Segundo a mensagem presidencial, das cinco vacinas descritas no projeto de lei, três já estão contempladas no calendário de vacinação. “A pneumocócica conjugada sete valente (contra setevírus) já foi, inclusive, superada pela disponibilização de uma dez valente (contra 10 vírus), que confere maior proteção. Também há de se ressaltar que foram ignorados os critérios técnicos exigidos para a inclusão de vacinas no calendário básico”, informa o texto. O Brasil é o país que oferece gratuitamente o maior número de vacinas: 43 tipos.

Fonte: Brasília Confidencial

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