domingo, 12 de dezembro de 2010

CD-Rom vai mostrar aos estudantes história das vítimas da ditadura

 

A história de 394 mortos e desaparecidos durante a ditadura militar (1964-1985) será conhecida dos estudantes do ensino médio de todo o Brasil. O relato está em um CD-ROM, elaborado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que será distribuído pelo governo federal para oito mil escolas públicas.

Montado a partir dos arquivos do projeto Direito à Memória e à Verdade, da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) e outros documentos e com o apoio do Ministério da Educação (MEC), o CD-ROM conterá mais do que a biografia dos perseguidos políticos. Abordará também a criatividade da cultura brasileira no período que vai de 1962 a 1985.

Trezentas canções - Através do material, professores e estudantes conhecerão melhor o contexto histórico e cultural do período com acesso a quatro mil fotografias e ilustrações. E mais trechos de 300 canções e filmes que remetem o espectador/ouvinte para uma viagem no tempo circulando por três décadas da história do país, desde o governo constitucional de João Goulart, passando pelo golpe militar, a consolidação do autoritarismo até o retorno da democracia.

Na abertura, o CD-ROM exibe as fotos das pessoas assassinadas pela repressão ou que ainda estão desaparecidas. Quando se passa o mouse sobre o retrato, é possível identificar nome e data da morte ou do desaparecimento. Quando se clica em cima da imagem, a foto se amplia e, ao lado, surgem cenas de acontecimentos políticos contemporâneos, nacionais ou internacionais, capas de discos, livros e outras, sempre acompanhadas da descrição daquele momento histórico.

“Uma batalha ganha” - “Essa juventude de hoje não conhece os anos difíceis que o país passou”, disse o ministro da Educação, Fernando Haddad, da Educação, nesta sexta-feira, em Brasília, durante o lançamento do CD-ROM que, para ele, “será festejado como um instrumento de transformação”. E reparou que “democracia se apropria com a cultura”. O ministro Paulo Vannuchi , da SDH, registrou que a experiência é “absolutamente pioneira” em termos de projetos de memória.

O trabalho foi coordenado pela professora Heloisa Starling, do departamento de história da UFMG, e contou com a participação de 15 estudantes de várias áreas. Agora, o projeto irá para a internet através de um site a ser desenvolvido pela universidade mineira. Heloisa Starling definiu a tarefa desenvolvida como “uma batalha ganha” na recuperação da memória da época da ditadura.

Fonte: Brasília Confidencial com Agência Brasil

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